O partido político PRA-JA Servir Angola anunciou oficialmente a sua saída da Frente Patriótica Unida (FPU), coligação que integrava juntamente com a UNITA e o Bloco Democrático, afirmando que a decisão segue orientações expressas do seu Congresso Constitutivo realizado recentemente.
Num comunicado assinado por Xavier Jaime Manuel, Vice-Presidente para os Assuntos Políticos, o Comité Executivo Nacional do PRA-JA lamenta o que considera ter sido uma “ignorância acintosa e dolosa” por parte dos seus parceiros da FPU, em relação às deliberações do Congresso do partido. Entre estas, destaca-se a decisão de que o PRA-JA não aceitará qualquer acordo que implique uma fusão partidária ou “princípio da agregação”, considerando apenas a eventual participação numa coligação formal.
O documento critica ainda o que denomina como tentativas sistemáticas de “assassinato de carácter” contra o seu líder, Abel Chivukuvuku, supostamente levadas a cabo por “milícias digitais” associadas às forças políticas parceiras.
“O Congresso constitutivo orientou o Presidente no sentido de preparar o partido para concorrer e vencer as eleições gerais de 2027”, destaca o comunicado. Ainda segundo o partido, o Congresso autorizou o seu presidente a encetar concertações com vista a garantir uma alternância política pacífica e ordeira em Angola.
Com este posicionamento, o PRA-JA Servir Angola afirma aceitar formalmente a exclusão tácita imposta pelos seus ex-parceiros da coligação e garante que continuará a preparar-se de forma autónoma para disputar o próximo ciclo eleitoral.
A Frente Patriótica Unida (FPU) foi criada em 2021 com o objectivo de unir forças da oposição para disputar as eleições gerais de 2022, tendo como rosto principal o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior.
Até ao momento, a UNITA e o Bloco Democrático não se pronunciaram oficialmente sobre a posição tornada pública pelo PRA-JA.