As recentes movimentações diplomáticas em Angola, especialmente com a intensificação das relações com potências estrangeiras como os Estados Unidos e a União Europeia, levantam preocupações urgentes. Analisando os exemplos da Síria e de Moçambique, é impossível ignorar os riscos que Angola enfrenta ao ceder espaços estratégicos a interesses externos.

Será que o país está a repetir os erros históricos de negligência governamental e submissão ao imperialismo, condenando o seu povo a um novo ciclo de sofrimento e exploração? 

A Influência Estrangeira: Síria e Moçambique Como Avisos 

A destruição da Síria foi facilitada por interesses estrangeiros que exacerbaram divisões internas e transformaram o país em um palco de guerra global. Moçambique, por sua vez, enfrenta uma insurgência no norte, agravada por disputas relacionadas à exploração de gás natural, um recurso que deveria ser uma bênção para a nação, mas tornou-se uma fonte de conflitos e miséria. Ambos os exemplos mostram como o envolvimento externo, aliado à incompetência ou conivência dos governos locais, pode levar ao colapso social e econômico. 

Angola, com suas vastas riquezas naturais e posição estratégica, tornou-se alvo de potências ocidentais que buscam explorar seus recursos sob o pretexto de parcerias econômicas e desenvolvimento. A assinatura de acordos envolvendo o Corredor do Lobito e o setor petrolífero é um alerta. O que está em jogo não é apenas o controle sobre recursos, mas também a soberania do país. 

João Lourenço: Negligência ou Conivência? 

O governo do presidente João Lourenço tem mostrado uma tendência perigosa de priorizar interesses estrangeiros e das elites nacionais em detrimento do povo angolano. Os acordos milionários assinados com potências ocidentais beneficiam grandes corporações e não refletem nas condições de vida da maioria da população, que continua a enfrentar fome, desemprego e falta de serviços básicos. 

Mais grave ainda, o governo parece alheio aos sinais de alerta sobre os riscos de transformar Angola em uma base para jogos geopolíticos estrangeiros. A crescente presença militar e econômica dos EUA em Angola, juntamente com a dependência de grandes corporações como a Trafigura e a ExxonMobil, aponta para uma direção perigosa. Será que João Lourenço está disposto a sacrificar a soberania do país para garantir benefícios pessoais e políticos? 

O Perigo de Repetir Erros Históricos 

A história de Angola já mostrou as consequências de ceder à exploração estrangeira. Durante a colonização portuguesa, os recursos do país enriqueceram uma metrópole distante, enquanto o povo angolano foi deixado na pobreza. No período pós-independência, a interferência externa continuou a alimentar conflitos internos, resultando em décadas de guerra civil. 

Agora, com novos colonizadores chegando em aviões de última geração e promessas de investimentos, é crucial questionar: quem realmente se beneficiará dessas parcerias? Até agora, os frutos dessas relações têm caído nas mãos de uma elite privilegiada, enquanto o povo continua a lutar por dignidade e sobrevivência. 

 A Política de Silêncio e Repressão 

Outro ponto preocupante é a repressão aos críticos e dissidentes. Jovens activistas e populares que tentam expressar suas preocupações são frequentemente silenciados por forças de segurança. Enquanto isso, o governo promove uma narrativa de “progresso” e “parcerias estratégicas”, ignorando a realidade vivida pela maioria dos angolanos. 

A prática de fechar os olhos para as necessidades do povo e priorizar interesses externos é não apenas antiética, mas também insustentável. Angola está a tornar-se refém de um modelo econômico onde a dependência de grandes corporações estrangeiras ameaça a sua autonomia política e econômica. 

O Papel do Povo Angolano

Diante desse cenário, o povo angolano precisa tomar uma posição firme. Não basta confiar nos líderes que repetidamente falharam em proteger os interesses nacionais. É hora de exigir transparência, responsabilidade e uma mudança radical na forma como o país lida com suas riquezas e parcerias. 

Conclusão 

Angola encontra-se num ponto de inflexão. A escolha é clara: aprender com os erros da Síria e de Moçambique, ou seguir o mesmo caminho de exploração, instabilidade e sofrimento. Cabe ao governo de João Lourenço decidir se será lembrado como um líder que protegeu a soberania e o futuro do país ou como um cúmplice de sua exploração. E cabe ao povo angolano não apenas esperar, mas agir, exigindo um governo que priorize o seu bem-estar em vez dos lucros de corporações estrangeiras.

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