Os Palancas Negras jogam, hoje, a última partida do torneio de apuramento para o próximo Campeonato Africano das Nações, a ser organizado em 2025 pelo Reino de Marrocos, quando defrontar, às 17h00, no Estádio Benina Martyuris, em Benghazi, a similar do Sudão.
Os angolanos entram para esta jornada já qualificados, com 13 pontos, na liderança do Grupo F. Porém, isto não retira interesse e suspense à partida, na qual tem por missão mostrar por que razão é o imbatível do grupo, em que conheceu, pelo menos até aqui, apenas um empate, vencendo nos outros quatro jogos.
Sabemos que o objectivo do grupo consistia em fechar o torneio de forma invicta, mas o empate, da passada sexta-feira, com o Ghana, deixou cair alguma mancha negra no lençol branco. Ainda assim, um empate não deve ser entendido como derrota, embora tenha levado a perda de dois preciosos pontos.
Será, de resto, um jogo que não exerce grande pressão sobre os angolanos. O Sudão, este sim, terá alguma pressão, pois está e não está apurado. Em caso de o Níger superar o Ghana, também pode chegar aos sete pontos e o “goal-average” será determinante na definição do acompanhante de Angola. Enfim, será um jogo em que o Sudão terá de jogar com as antenas no Ghana-Níger.
O Sudão, por sua vez, precisa de se reencontrar, depois da goleada (4-0) averbada na última jornada diante do Níger.
A missão não se prevê fácil para o Sudão, sobretudo por que Angola dispensa o discurso de relaxamento, ante a necessidade de vitória, em face de outros elementos em busca. Mas não seremos nós a manifestar preocupação com a sorte que venham ter os sudaneses. Interessa-nos, lá isto sim, que os Palancas terminem como queremos.
Depois de terem jogado na sexta-feira e feito, a seguir, uma viagem longa, que terá, eventualmente, resultado em alguma estafa, os Palancas Negras estão preparados para dar o melhor de si, e terminar o torneio de cabeça erguida. Até aqui, nada nos diga que a ambição não seja esta. Pelo menos, não dispomos de informação sobre baixas nas últimas horas.
Portanto, com uma ou outra pequena alteração, o plantel que ditou o fracasso ghanense, no Estádio 11 de Novembro, é o mesmo que Pedro Gonçalves poderá escalar para o jogo de logo mais.
“Vamos entrar em campo com igual determinação”
Na habitual conferência de imprensa, que antecede ao jogo, realizada, ontem, em Benghazi, o seleccionador nacional, Pedro Gonçalves, reiterou o desejo de vencer este último jogo, independentemente de a qualificação estar já assegurada. “O nosso pensamento continua a ser o mesmo: jogar para a vitória. Penso que o facto de estarmos já apurados não deve quebrar a nossa ambição de entrar em campo para vencer”. Disse.
Na sua intervenção, deixou claro que o jogo será para ganhar, sem demérito para o adversário que terá em campo. “Vamos entrar em campo com igual determinação que sempre procuramos demonstrar ao longo dos jogos já disputados. Sabemos que teremos um adversário que nos merece algum respeito, que é o Sudão, equipa em melhor condição de ser a segunda melhor do grupo, e que jogará com atenções no outro jogo. Portanto, a necessidade de todas as cautelas para evitar surpresas.” Concliu.
Selecções já qualificadas
Dezanove equipas já garantiram o seu ingresso para o tão aguardado Campeonato Africano das Nações TotalEnergies CAN 2025, que será disputado no Reino do Marrocos, faltando apenas algumas partidas para o fim das eliminatórias.
Os resultados da quinta jornada permitiram que mais seis nações – Nigéria, Tunísia, África do Sul, Uganda, Guiné Equatorial, Gabão e Comores, garantissem o seu lugar, juntando-se assim a uma lista de outras selecções africanas prontas para a batalha.
As equipas qualificadas combinam pesos pesados históricos do CAN e selecções em ascensão no cenário continental. Marrocos, o país anfitrião, está automaticamente qualificado, assim grandes selecções como Senegal e Argélia, que garantiram a sua passagem antecipadamente graças ao desempenho sólido ao longo da competição.
Egipto e Costa do Marfim, com os seus múltiplos títulos continentais, trazem um legado pesado ao torneio. Diversas equipas marcam o regresso à elite. A RD Congo, Angola e Guiné Equatorial querem desferir um grande golpe, enquanto o Uganda e o Gabão regressam com ambições de longevidade na competição.