Em média, 20 novos casos de gravidez precoce são registados, todos os meses, no município do Belize, província de Cabinda, em adolescentes menores de 17 anos de idade, alertou, segunda-feira, a secretária da Acção Social, Família e Promoção da Mulher local, JA.
POR: A JUSTIÇA
Em declarações ao Jornal de Angola, Nélia Umba disse que, as autoridades locais estão muito preocupadas com a situação, tendo em conta que existem, na localidade, muitos outros casos que não são reportados à sua instituição.
Segundo Nélia Umba, o que se passa em Belize é assustador, não se sabe se é por motivo de fome ou por influência negativa das redes sociais, mas os números são alarmantes.
Para minimizar o problema, a Direcção Municipal da Acção Social, Família e Promoção da Mulher do Belize, tem vindo a realizar várias palestras sobre educação sexual nas escolas, igrejas, bairros e aldeias, com objectivo de sensibilizar as jovens adolescentes sobre os riscos da gravizes precoce.
Graças a Deus, referiu, sempre que realizamos campanhas de sensibilização, notamos um grande envolvimento dos pais e encarregados de educação. Nélia Umba pediu às famílias a serem mais rigorosas com os adolescentes que, “pelo que tudo indica, estão a começar a vida sexual mais cedo, aos 13 e 14 anos de idade, violando, desta forma, os bons hábitos e costumes deste povo”.
Segundo a responsável, a sua instituição vai continuar a promover palestras para combater este mal que aumenta o risco de morte materna e infantil, parto prematuro, anemia, aborto espontâneo, eclâmpsia e depressão pós-parto.
“Estamos preocupados com a nossa juventude. Por isso, vamos continuar a sensibilizar as famílias para que tenham maior controle da situação, prestando maior atenção aos jovens, principalmente as meninas dos 12 aos 17 anos de idade, a fim de evitar gravidezes indesejadas”, concluiu.
Mortes por hipertensão
O município do Belize também regista um aumento significativo de casos de hipertensão arterial, sobretudo, em idosos, disse o secretário local da Saúde, João Pedro Butoto, para quem a situação é preocupante na medida em que, desde o princípio do ano até ao momento, foram registadas algumas mortes em consequência desta patologia.
João Butoto explicou que os idosos, no Belize, constituem o grupo de pessoas negligenciadas pelos familiares e que, devido às complicações derivadas da hipertensão arterial, morrem abandonados em casa.
“Nos últimos meses registamos sete mortes por hipertensão arterial. São idosos que viviam na condição de abandonados pelos seus familiares”, esclareceu.
Avançou que, no âmbito do Programa Saúde Comunitária, de iniciativa local, decorre no município um processo de cadastramento de todos os idosos que vivem nesta condição, a fim de beneficiarem de assistência médica e medicamentosa ao domicílio.
“Estamos a promover o Programa Saúde Comunitária, onde cadastramos todos os idosos e fazemos um acompanhamento domiciliar. Portanto, periodicamente prestamos assistência médica aos nossos mais velhos e seguimos a sua situação”, aclarou.
De acordo com o responsável, a hipertensão arterial é um dos principais factores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial, insuficiência renal e cardíaca em qualquer pessoa, sobretudo em idosos que, pela idade avançada, se tornam mais vulneráveis.