Os dois mandatos do Presidente João Lourenço têm sido marcados por contratações simplificadas, dispensando concursos públicos. Contudo, sendo uma modalidade prevista na lei, a forma como tem sido executada continua a dividir a opinião dos analistas.

Enquanto uns alertam para o risco de poder beliscar o combate à corrupção, outros entendem ser o ideal, mas que falha por não serem conhecidos os critérios de seleção das empresas.

Só no ano passado o chefe de Estado angolano autorizou duas centenas de contratos por ajuste directo, perfazendo mais de 20 mil milhões de dólares.

O analista Fernando Pacheco diz não compreender a insistência neste tipo de contratos, e alerta para eventuais suspensões no que diz respeito ao combate à corrupção.

“O Presidente justifica frequentemente este tipo de práticas, dizendo que são as contratadas que garantem o financiamento, mas coloca-se a questão: porquê insistir neste tipo de financiamento?”, interrogou.

“ Não estou a dizer que à partida haja corrupção, mas cria suspeita, pois é assim que a verificamos no passado”, acrescentou.

Pacheco alertou também para a necessidade de se evitar o aumento da dívida pública, com projetos não prioritários, numa altura que o país vive uma crise cambial.

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