O MPLA pediu esta quarta-feira, 13, ao Executivo para encontrar “urgentemente”, os “terroristas”, que continuam a vandalizar torres de alta tensão das linhas de transporte de energia electrica em todo o País e que sejam responsabilizados criminalmente.
POR: A JUSTIÇA
“Existe um grupo de cidadãos que se dedica à sabotagem dos equipamentos eléctricos do País. Por isso, pedimos ao Executivo angolano que faça um trabalho urgente para localizar estes indivíduos e que sejam responsabilizados criminalmente”, disse Esteves Hilário, do MPLA, que leu a declaração de voto do seu Grupo Parlamentar na aprovação do OGE 2024, hoje no Parlamento.
O Grupo Parlamentar do MPLA lamentou por a UNITA não ter aprovado OGE 2024, considerando que o principal partido da oposição, “colocou-se do lado errado da história”.
“O voto contra da UNITA não acompanha a contra proposta do OGE. Nós votamos a favor porque temos muitas responsabilidades com os cidadãos neste momento de crise que o País atravessa”, diz a declaração de voto do MPLA, onde se lê igualmente que o OGE presta uma atenção especial à redução das desigualdades sociais e à protecção do rendimento das famílias e dos trabalhadores.
De acordo com o partido no poder, o OGE vai continuar a proteger os mais vulneráveis, pelo que reafirma o compromisso de expandir cada vez mais o Programa Kwenda, visando uma maior cobertura de famílias.
Na sua declaração de voto, o Grupo Parlamentar da UNITA que justificou o seu voto contra, lamentou que o OGE 2024 não tenha, concretamente, verbas cabimentadas para efectivação das eleições autárquicas.
“O futuro dos angolanos está ameaçado e as famílias não vão aguentar o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o exercício económico de 2024”, disse a deputada Navita Ngola, que leu a declaração de voto do Grupo Parlamentar da UNITA.
De acordo com o Grupo Parlamentar da UNITA, o OGE 2024 não é transparente, porque não apresenta o Plano Anual de Endividamento.
O principal partido da oposição, criticou a actual dívida pública do País, considerando que pagar dívidas atrasadas às empresas, “dívidas ocultas, dívidas falsas e dívidas não certificadas não é um investimento”.
A presidente do Partido Humanista de Angola (PHA), Bela Malaquias, disse que votou a favor porque o debate do OGE 2024 na generalidade e especialidade foi democrático.
“Algumas recomendações feitas na generalidade e especialidade durante a discussão do OGE 2024, foram aceites pelo Executivo. Por isso, votamos a favor”, referiu.
O OGE
Com receitas e despesas de 24,7 biliões de kwanzas, o que representa um aumento de receitas de 22,9% relativamente ao ano de 2023, o OGE 2024 conta com 14,7 biliões KZ correspondendo à despesa fiscal, incluindo juros da dívida.
Conforme o documento, os outros 10 biliões destinam-se às despesas financeiras relacionadas com o reembolso da dívida, num montante de 9,7biliões, e capitalizações no montante de 300,4 mil milhões de kwanzas.
No tocante às alocações funcionais da despesa, o OGE é marcado por um elevado serviço da dívida, concentrando cerca 57,8% do total da despesa orçamental, com um montante total de Kz 14,3 biliões, refere o relatório.
O sector social concentra a segunda maior fatia do orçamento, com um peso de 20,1% (4,9 biliões Kz), seguido dos Serviços Públicos Gerais, com 9,0% (Kz 2,2 biliões), Defesa, Segurança e Ordem Pública, com 7,1% (Kz 1,7 bilião) e o sector Económico, 4,9%.
O OGE2024 conta ainda com recursos para apoio à iniciativa privada, visando dinamizar a economia, através de um pacote financeiro de Kz 477,26 mil milhões, dos quais Kz 147,26 mil milhões para a capitalização de instituições financeiras do Estado vocacionadas para a concessão de crédito à economia nacional.
Estarão ainda disponíveis Kz 330,00 mil milhões para a emissão de garantias soberanas de promoção de investimento privado.
A proposta de Orçamento Geral do Estado 2024 prevê um saldo fiscal global superavitário de 17,4 mil milhões de kwanzas, correspondente a 0,02% do Produto Interno Bruto (PIB), em resultado das receitas e despesas fiscais de 20,08% e 20,06%, respectivamente.
Prevê-se continuar a criar um saldo primário positivo na ordem dos 6,2% do PIB e a implementação do compromisso de reduzir o défice primário não petrolífero, previsto para 4,1%, dentro do limite de 5% estipulado pela lei de sustentabilidade das finanças públicas, bem como a redução do rácio da dívida governamental para 69,2% do PIB, contra a expectativa de fecho nos 79,9% em 2023.
O OGE 2024 apresenta as necessidades brutas de financiamento, que estão avaliadas em 10 biliões de kwanzas, ou seja, 13,7% do PIB, traduzindo-se numa redução de 1,1pontos percentuais do PIB, quando comparadas com a estimativa de fecho para 2023, na ordem de 14,7% do PIB. NJ