Líderes tradicionais, membros da sociedade civil e responsáveis do aparelho governativo do Cunene manifestaram-se satisfeitos com a atenção que o Presidente da República, João Lourenço, está a dedicar à província, sustentada com as constantes visitas aos projectos estruturantes de combate aos efeitos da seca na região.

POR: A JUSTIÇA

Na sequência da última deslocação do Chefe de Estado ao Cunene, na sexta-feira, o rei da Ombala de Onaluheque, no município de Ombadja, Mário Satypamba, considerou a visita de João Lourenço, em menos de ano e meio, sinónimo de “um verdadeiro compromisso com a solução dos grandes problemas que têm afligido a população do Cunene, particularmente a seca e a fome”.

“Estamos a sentir a atenção que o Presidente da República tem para com o país e para com a nossa província em particular. É como se fosse uma visita de um pai aos seus filhos no abrigo para ver como estes estão a viver hoje e como preparar o futuro deles”, assinalou o a autoridade tradicional.

Já o soba da aldeia de Oshindungulo, Eduardo Ilipuleni, 30 quilómetros da cidade de Ondjiva (capital provincial do Cunene), disse que a comunidade manifestou o desejo de agradecer o Presidente da República pela sua entrega à causa do combate à seca na região, depois que foi inaugurado o canal do Cafu, em 2022.

“Todo o povo da minha zona está contente ao ver de perto o camarada Presidente em Ondjiva”, afirmou o soba Eduardo Ilipuleni, realçando que se tivesse uma oportunidade de falar com o Presidente João Lourenço solicitaria a construção de represas nas localidades mais atingidas pela seca, ao invés da construção de furos que, normalmente, acabam por não solucionar o problema da carência de água, por secarem em pouco tempo.

“Nós queremos chimpacas. Os furos que o Governo tem posto nos planos para nós não resolvem o problema, porque depois acabam por ficar sem água. Para nós, onde o canal não passou, o que precisamos é de chimpacas, que acumulam grandes quantidades de água”, concluiu o soba de Oshindungulo.

O administrador municipal do Cuanhama, Felisberto Kalomo, disse que a conclusão das obras das barragens de retenção de água de Ndue e Calucuve e seus canais associados é a certeza de que o seu município terá um benefício bastante significativo.

Felisberto Kalomo indicou que o canal do Calucuve, no município do Cuanhama, vai passar na comuna do Evale, concretamente nas localidades de Kapangu, Ohenda, Omutaku e terminará na cidade de Ondjiva. Já o de Ndue vai passar nas localidades de Oionde e acaba no Embudo.

Segundo o administrador municipal do Cuanhama, sempre foi pretensão propor aos Governos Provincial e Central que o canal de Ndue, em vez de terminar apenas em Ombudu, se estenda às localidades de Kafima, Ondova, Omuvandje, Onamayaka, Kambada, Okasheni e culmine na comuna de Chiedi, no município de Namacunde.

Felisberto Kalomo assinalou que, com a conclusão dos dois canais, o município vai conhecer um desenvolvimento em termos de produção agrícola, assim como a população vai deixar de andar grandes distâncias à procura de água.

Visita do Presidente da República impacta construção de barragens

O Presidente da República, João Lourenço, trabalhou sexta-feira e sábado no Cunene, período durante o qual visitou os projectos de construção das barragens do Ndue e Calucuve, no município do Cuvelai.

Segundo as autoridades, estas iniciativas visam reduzir a escassez de água, garantir a segurança alimentar e promover o fortalecimento da agricultura, bem como impulsionar as actividades turísticas e fomentar a restauração de equipamentos públicos.

Na deslocação do Chefe de Estado ao Cunene, foi possível avaliar o grau de execução física do projecto do lote 5, de construção da Barragem do Ndue, cerca de 250 quilómetros a Norte de Ondjiva, e do Calucuve, no lote 3, situada na bacia do rio Cuvelai, município com o mesmo nome.

Todos estes projectos enquadram-se no Programa de Combate aos Efeitos da Seca no Sul de Angola  (PCESSA), com vista a reduzir a escassez de água na bacia do Cuvelai, abastecimento de água às populações e ao gado.

Nessa visita, o Presidente da República assistiu a um vídeo que mostra o percurso dos trabalhos, desde a fase inicial dos projectos até à data. Estes projectos juntam-se a outros em curso na margem direita do rio Cunene, designadamente o Projecto de Construção da Barragem da Cova do Leão, no município da Cahama, para beneficiar as comunas de Otchinjau, Cahama e algumas localidades do município do Curoca.

Localizada no rio Caundo, a Barragem do Ndue possui 9.200 metros de área irrigada, com uma albufeira de 2000 hectares para armazenar 170 milhões de metros cúbicos de água, com 23,50 metros de altura e 1500 metros de comprimento, estando a execução em 23%.

As autoridades, tal como solicitado pelos sobas e administrador, destacam que a barragem vai contar com um canal adutor de 15 chimpacas, numa extensão de 75 quilómetros até à localidade de Embudo, no município do Cuanhama.

Iniciado em Março do ano passado, o projecto, quando for concluído, vai beneficiar cerca de 55 mil famílias, habitantes no percurso do canal, e 60 mil animais, além de assegurar emprego directo a 590 pessoas.

Barragem do Calucuve

No rio Cuvelai, localizado em Calucuve, município com o mesmo nome, a barragem vai ter um canal adutor com 40 chimpacas. Possui uma área irrigada de 2600 hectares, com uma albufeira de 141 milhões de metros cúbicos, além de 29,80 metros de altura e 2.270 de comprimento.

Esta obra estruturante do Executivo, iniciada em Março de 2022, tem uma implementação à volta de 16,27 por cento. As autoridades perspectivam que, uma vez concluída, possa beneficiar, também, 81 mil pessoas, 182 mil animais e uma previsão de emprego directo a 390 jovens.

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