O Presidente angolano defendeu na Cimeira do Grupo dos 77 a reforma os sistema financeiro internacional e uma representativa de mais justa nos organizações mundiais.
POR: A JUSTIÇA
Ao discursar no evento que começou nesta sexta-feira, 15, em Havana, Cuba, João Lourenço também pediu o fim de qualquer encarajamento aos golpes que têm marcado a actualidade de vários países africanos.
“Continuaremos a lutar por reformas profundas da arquitectura financeira internacional e da sua governação, através de uma representatividade justa nos principais organismos mundiais de tomada de decisão e elaboração de políticas”, afirmou Lourenço, para quem “estas reformas podem contribuir significativamente para melhorar o acesso dos países em vias de desenvolvimento a fontes de financiamento seguro e previsível”.
O Presidente angolano defendeu o acesso a financiamento de longo prazo com condições favoráveis de reembolso, “para que possamos investir nas principais infra-estruturas como redes rodoviárias e ferroviárias, na produção e distribuição de água e energia, no saneamento básico, nas redes de informação e comunicações, para realizarmos algum dia o sonho de nos tornarmos também países industrializados”.
O G-77, segundo Lourenço, pode contribuir para a criação de uma visão equilibrada sobre os fatos políticos contemporâneos que geram tensões que, muitas vezes, degeneram em conflitos de grande escala, como o que ocorre no leste da Europa.
Nesses casos “não nos podemos mostrar indiferentes, por se tornar imperativa a necessidade do respeito da Carta das Nações Unidas e das normas do Direito Internacional”, afirmou o Chefe de Estado angolano que voltou a defender a necessidade de um “ambiente propício a negociações que levem ao fim definitivo da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”.
Em relação a África, ele disse que “assistimos com bastante preocupação ao alastrar do terrorismo e ao surgimento de golpes de Estado perpetrados por militares e que mereceram a condenação da União Africana e da comunidade internacional no geral”.
“É importante que essa mesma comunidade internacional não dê sinais ambíguos face à tomada do poder por meios inconstitucionais, devendo abster-se de atitudes e comportamentos que desautorizem as organizações regionais e continentais e que possam ser interpretadas como de encorajamento aos golpistas”, defendeu Lourenço.
Depois de apresentar um quadro de medidas tomadas pelo seu governo, nomeadamente no campo económico, o Presidente angolano reiterou a “necessidade do fim imediato do embargo contra Cuba, por ser injusto, desumano, contrário aos princípios do comércio e cooperação internacional, do direito inalienável da autodeterminação e da livre escolha dos povos sobre o seu destino”.