Uma investigação conduzida pelo Lil Pasta News, em Portugal e Angola, revelou que 99% dos militares  de bombeiros e policiais que solicitaram dispensa para estudar no exterior têm um objetivo claro: a busca por melhores condições de vida na Europa.

De acordo com os depoimentos recolhidos pela nossa equipe, muitos destes profissionais não abandonaram seus postos de trabalho por medo de perderem a estabilidade no país. Eles acreditam que, caso a situação em Angola melhore, poderão retornar aos seus empregos. A crise financeira que assola a nação os forçou a buscar alternativas fora do país, uma vez que os salários atuais são insuficientes para garantir uma vida digna.

José, um policial que optou por usar um nome fictício, compartilhou sua realidade: “Tinha um bom salário como militar, 500 mil kwanzas, que no passado equivalia a 5 mil dólares. Hoje, meu salário é de apenas 500 dólares, o que não é suficiente para viver dignamente. Não dá para pagar a universidade e o colégio dos meus filhos, o aluguel e ter uma boa cesta básica. Por isso, decidi imigrar.”

As declarações de José refletem um sentimento comum entre muitos profissionais em Angola, que enfrentam dificuldades financeiras crescentes. A busca por uma vida melhor no exterior não é apenas uma questão de educação, mas sim uma necessidade premente de sobrevivência e dignidade.

À medida que a crise persiste, a migração de trabalhadores qualificados em busca de melhores oportunidades se torna uma realidade cada vez mais presente, levantando questões sobre o futuro da força de trabalho em Angola e as possíveis consequências para o desenvolvimento do país.

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