A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou domingo, no Dundo, a retomada das obras do Hospital Geral do Dundo, que vai passar a ter 200 camas e, com isso, uma maior capacidade de internamento.

Em declarações à impren- sa no final de uma visita de campo à Lunda-Norte, onde fez o lançamento da III fase da campanha de vacinação contra a cólera, a ministra disse que já têm criadas as condições técnicas e financeiras para conclusão das obras do Hospital Geral do Dundo.

As obras de requalificação, adiantou, tiveram início em Junho de 2022, mas foram interrompidas nos últimos dois anos. O novo Hospital Geral do Dundo, explicou, vai oferecer serviços de Imagiologia e de laboratório mais especializados, para efectuar exames que nunca foram realizados na Lunda-Norte.

Outro ganho, apontou, vai ser a implementação dos serviços de hemodiálise, de forma a evitar que os doentes da Lunda-Norte tenham de residir em Luanda, Moxico ou Malanje para fazer o tratamento regular. “Com a conclusão das obras, estes pacientes vão poder fazer o tratamento mais próximo do seio familiar”, assegurou.

Para a ministrada Saúde, independentemente de se criar as condições para ter o serviço de hemodiálise na província, é preciso continuar a trabalhar na prevenção destas doenças, explicando aos cidadãos que as doenças crónicas não transmissíveis, como a tensão arterial e a diabetes, podem ser controladas, por meio de um estilo de vida saudável.

Centro Diagnóstico

Além do Hospital Geral do Dundo, a província conta, doravante, com um Centro de Diagnóstico, de acordo com a ministra. “É uma infra-estrutura emblemática, construída antes de 2017 e durante a pandemia da Covid-19 serviu para acolher o Laboratório Regional de Biologia Molecular”, contou, realçando que, ultrapassada a Covid-19, o espaço vai agregar outros serviços para atender às necessidades da população da região.

Para garantir o reequipamento da infra-estrutura, acrescentou, o Governo angolano vai contar com o financiamento do Banco Mundial, por meio do “Projecto Rediv”, que está a ser usado na aquisição de novos equipamentos, bem como na execução de obras pontuais.

“A ideia é ter condições para que a instituição possa fazer outros exames laboratoriais mais complexos, desde testes de Dermatologia, Bioquímica, Biologia Molecular e Genética, bem como de Microbiologia”, aclarou.

Quanto aos recursos humanos, a ministra garantiu que a previsão passa por recrutar os 20 técnicos treinados no centro durante o período da Covid-19, dada a experiência adquirida em Biologia Molecular e Genética durante a pandemia.

Sílvia Lutucuta disse ainda que os técnicos de diagnóstico e terapêutica são parte integrante do programa do amplo projecto de formação de quadros em curso em todo o território nacional.

Conservação de vacinas

A visita da ministra da Saúde à Lunda-Norte serviu igualmente para avaliar o estado da cadeia de frio, de forma a garantir uma melhor conservação das vacinas na província, em particular as de combate à cólera.

Como balanço da primeira e segunda ronda da campanha de vacinação contra o surto, Sílvia Lutucuta disse que as províncias com o calendário vacinal cumpridos já não têm muitos casos registados da doença, com realce para Benguela, Bengo, Icolo e Bengo e Namibe.

“O município de Cacuaco, em Luanda, por exemplo, apesar de ter sido considerado o epicentro da doença nos primeiros meses, hoje já não regista nenhum caso. É uma nota positiva para todos, que ainda precisam trabalhar mais para reduzir os números registados na Huíla, cujos casos positivos continuam a surgir”, disse.

A Organização Mundial da Saúde, continuou, defende que a vacina seja administrada em especial nas zonas consideradas prioritárias e não em toda a população. “O stock mundial de vacinas para Angola é de 8 milhões de doses e o país já consumiu perto de quatro milhões destas doses”, referiu.

A ministra informou, ainda, que na primeira e segunda fases, o país consumiu 1.9 milhão de doses de vacina e nesta terceira estão previstas mais 2 milhões. “A vacinação é uma medida útil para nos ajudar a cortar o surto”, frisou.

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