Estima-se que cerca de 200 cidadãos chineses estejam detidos em Angola por envolvimento em actividades ilícitas, incluindo a mineração ilegal de criptomoedas e contrabando. No entanto, os números precisam de uma actualização rigorosa para se evitar discrepâncias nos registos.
Os dados foram apresentados durante a reunião dos Titulares dos Órgãos que intervêm na Administração da Justiça, realizada ontem, quinta-feira, 27, sob a liderança do presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo
Os órgãos de justiça intensificam as medidas contra o contrabando de combustíveis e mineração ilegal de criptomoedas, daí que, para fazer face a este mal que dilacera a economia nacional, as autoridades definem estratégias para a recuperação de activos e preservação da ordem pública.
Em Angola, estima-se que cerca de 200 cidadãos chineses estejam detidos por envolvimento em actividades ilícitas, incluindo a mineração ilegal de criptomoedas e contrabando.
No entanto, os números precisam de uma actualização rigorosa para se evitar discrepâncias nos registos. O encontro entre os órgãos que intervêm na administração da justiça reforçou a necessidade de uma articulação eficaz entre as instituições do Estado visando mitigar os prejuízos financeiros causados ao país e garantir que os bens apreendidos sejam devidamente encaminhados para uso público.
Segundo Joel Leonardo, a colaboração entre os órgãos judiciais e as forças de defesa e segurança tem respaldo constitucional, sendo essencial para assegurar a paz social e proteger o interesse público. “A nossa atenção relactivamente à conservação dos bens apreendidos é diária.
Controlamos e monitoramos o destino dos combustíveis, dos caminhões que os transportam, das dragas e outros equipamentos ligados a processos ilícitos”, afirmou o magistrado, reforçando a necessidade de se evitar a deterioração desses bens e garantir que cumpram uma função social.
No âmbito das apreensões de bens derivados das actividades ilícitas, a reunião contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, João Ernesto dos Santos “Liberdade”, a fim de discutir a alocação de caminhões de combustíveis confiscados em unidades militares estratégicas.
A proposta visa assegurar que estes meios sejam redistribuídos de maneira eficiente e legal Contrabando de combustíveis: um crime com implicações económicas graves Na mesma reunião, o director nacional de Investigação de Ilícitos Penais da Polícia Nacional de Angola (DIIP), o comissário José Carlos Cunha da Piedade, revelou dados alarmantes sobre o contrabando de combustíveis no país.
Segundo o oficial, foram registados 3.044 crimes relacionados ao desvio de derivados de petróleo em 2024, resultando na detenção de 2.485 suspeitos. As províncias do Zaire (1.383 casos), Cabinda (654 casos) e Moxico (250 casos) lideram as ocorrências. O impacto económico destas actividades criminosas é substancial, de acordo com o director nacional do DIIP.