O Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Francisco José da Cruz, exigiu, terça-feira, a cessação imediata e incondicional das hostilidades, a retirada do M-23 das áreas ocupadas, bem como o fim do estabelecimento de administrações paralelas no território da RDC.
Durante a segunda reunião de emergência, nas ultimas 48 horas, sobre a situação na RDC, os membros do Conselho de Segurança apelaram a todas as partes a agirem de boa fé, retomando ao Processo de Luanda, sob a facilitação do Presidente da República, João Lourenço.
De acordo com um comunicado, enviado ao JA Online, o Representante Permanente de Angola junto das Nações Unidas, embaixador Francisco José da Cruz, apelou, também, para o pleno respeito da integridade territorial da RDC, conforme a Carta das Nações Unidas, o direito internacional e o princípio da igualdade soberana entre todos os Estados-Membros.
Exorto todas as partes em conflito a respeitarem integralmente os direitos humanos e o direito humanitário internacional, a protecção de civis, campos dos deslocados de guerra, instalações médicas, e a protecção de forças de manutenção da paz, tendo sublinhado que ataques aos civis e às forças de manutenção da paz constituem crimes de guerra.
Por sua vez, sustentou que as hostilidades no leste da RDC já custaram a vida a milhares de civis e feriram muitos outros.
Relatórios confiáveis indicam que Goma não tem água canalizada, nem eletricidade, tornando as condições de vida da população e daqueles que vivem em campos de deslocados quase insuportáveis.
Neste contexto, instou, igualmente, às partes a retomarem ao Processo de Luanda sob a facilitação do Presidente da República, João Lourenço, e reiterou que os ganhos arduamente conquistados através do Processo de Luanda, após meses de intensas negociações devem ser preservados.
Lembrou, ainda, que no quadro das responsabilidades enquanto Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação, mandatado para facilitar a mediação entre Rwanda e a RDC, o Chefe de Estado empreendeu várias iniciativas para resolver as diferenças entre os dois países e progressos substanciais, incluindo a assinatura do Acordo de Cessar-Fogo a 30 de Julho de 2024, que entrou em vigor a 4 de Agosto do mesmo ano e que João Lourenço expressou profunda preocupação com a grave deterioração da situação de paz e segurança no leste da RDC.