A falta de casas de banho nas escolas públicas de Luanda é um problema recorrente que persiste a cada ano lectivo, tornando-se uma questão preocupante. Os órgãos de fiscalização do Ministério da Educação parecem estar adormecidos diante deste cenário.
POR: A JUSTIÇA
Uma ronda efectuada por este jornal revelou o estado desolador em que se encontram várias escolas nos municípios de Luanda, Kilamba Kiaxi, Viana, Belas e Cazenga.
Muitas destas instituições possuem compartimentos destinados a WC, mas estão encerrados devido à falta de água. Como resultado, alunos e professores recorrem a espaços improvisados, Como árvores e paredes, para urinar.
O ambiente em muitas destas escolas e alarmante, com fossas entupidas a exalar um cheiro nauseabundo. “Está tudo entupido. Sem outra opção, os alunos são obrigados a urinar e defecar em qualquer lugar, poluindo o ambiente e constituindo uma ameaça à saúde pública”, lamentou um professor, que se sente impotente face à situação.
Segundo o docente, várias escolas não têm instalações sanitárias adequadas, o que impacta directamente a qualidade do ensino. “Os alunos sentem-se mal com esta situação, mas não têm alternativa”, explicou um estudante de 15 anos da 9 classe. “Por vezes, somos obrigados a usar os quintais dos vizinhos da escola”, acrescentou.
PAIS PREOCUPADOS COM A SITUAÇÃO
“Quando as crianças precisam de fazer necessidades maiores, o professor manda-as para casa. As escolas públicas precisam de mais higiene, à semelhança dos colégios privados”, defendeu.
Ele acredita que o Estado deve investir mais na criação de um ambiente saudável nas instituicões de ensino, sobretudo nas escolas primárias.
“Tem de haver verbas para servicos básicos, como a limpeza das casas de banho, que são focos de doenças”, alertou.
Para ele, as autoridades educativas deviam seguir exemplos de outros países, onde a atenção à higiene nas escolas é uma prioridade.
FALTA DE INVESTIMENTO
A falta de investimento público é apontada como uma das principais causa do agravamento da situação. Muitas escolas não recebem fundos suficientes para manter operações básicas, como a limpeza e a manutenção das instalações sanitárias.
A análise também destacou que as escolas podem ser um ambiente desfavorável para a promoção da saúde das crianças, com doenças diarreicas a serem responsáveis por 18 das mortes de menores de cinco anos.
A urgência em resolver este problema é clara, e as autoridades devem agir para garantir que as escolas públicas de Luanda ofereçam condições mínimas de higiene e saneamento, preservando a saúde eo bem-estar dos alunos.

Partilhe Agora

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *