Angola valoriza e apoia a importância estratégica da cultura de paz, afirmou, em Nova Iorque, o representante permanente do país junto da ONU, Francisco José da Cruz.

POR: A JUSTIÇA

O embaixador angolano falava, quinta-feira, durante o debate de Alto Nível do Conselho de Segurança sobre a Consolidação e Sustentação da Paz subordinado ao lema  “A Nova Agenda para a Paz – Abordando Aspectos Globais, Regionais e Nacionais da Prevenção de Conflitos”.

A política externa de Angola sobre paz e segurança, referiu, na ocasião, o diplomata, é construída na base da sua própria experiência e compromisso com a promoção permanente da reconciliação nacional, unidade e coesão social, e o fortalecimento da democracia e do Estado de Direito.

“Tratando-se de um país que suportou décadas de conflito interno, Angola valoriza e apoia a importância estratégica da cultura de paz”, afirmou Francisco José da Cruz.

O diplomata destacou, ainda, que é neste contexto que o Presidente da República, JoãoLourenço, na qualidade de Campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África e Presidente da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos, tem estado envolvido em várias iniciativas diplomáticas a favor da paz e estabilidade na Região dos Grandes Lagos.

Acrescentou que, como parte do mandato da União Africana, o Estadista angolano tem mediado as tensões políticas entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Rwanda, o que resultou na assinatura do cessar-fogo a 4 de Agosto de 2024, no âmbito do Processo de Luanda.

O embaixador Francisco José da Cruz informou que a 3ª Reunião Ministerial entre a RDC e o Rwanda ocorreu em Luanda, nos dias 20 e 21 de Agosto, para analisar uma proposta de acordo de paz duradoura, que foi submetida por João Lourenço aos seus homólogos da RDC, Félix Tshisekedi Tshilombo, e do Rwanda, Paul Kagame.

Adiantou que os ministros decidiram realizar uma reunião de peritos nos dias 29 e 30 do corrente mês, para abordar aspectos específicos do acordo, voltando a reunir-se nos dias 9 e 10 de Setembro do ano em curso, em Luanda, para finalizar as discussões e criar as condições diplomáticas para uma Cimeira entre os Presidentes da RDC e do Rwanda num futuro próximo.

Por esta razão, prosseguiu, o país tem sediado o “Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz -Bienal de Luanda” a cada dois anos, em colaboração com a União Africana e a UNESCO, para fortalecer o movimento pan-africano por uma cultura de paz e não violência, a fim de contribuir para a concretização de uma África integrada, pacífica e próspera, estando a próxima edição prevista para Novembro de 2025.

Durante a sua intervenção, o representante permanente de Angola junto das Nações Unidas referiu, ainda, que a prevenção de conflitos é a pedra basilar para garantir a paz, a estabilidade e o desenvolvimento sustentável do continente, à luz da Agenda 2063 da União Africana.

Neste quadro, salientou que Angola se congratula com a adopção da resolução 2.746 do Conselho de Segurança da ONU, de 6 de Agosto, autorizando a Monusco a apoiar a SAMIDRC, com vista a contribuir para os esforços de paz no Leste da RDC, bem como a resolução 2.719, de 21 de Dezembro, para o financiamento das operações de apoio à paz da União Africana.

O diplomata considerou fundamental que, à medida que “nos aproximamos da Cimeira do Futuro, renovemos o nosso compromisso colectivo e as nossas acções para colocar a prevenção de conflitos, a mediação e a resolução pacífica de litígios no centro da nossa agenda global”.

Durante dois dias, o debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas contou com mais de 60 intervenções. A Serra Leoa é o presidente do órgão durante o mês de Agosto.

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